Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope
Drummond
Hoje senti uma necessidade enorme de abandonar tudo. Sinto-me completamente desajustada, desnecessária e, diria até, um incômodo para o meio onde vivo.
Estou cercada por uma cambada de filha da puta que atrapalha minha sesta, minhas tardes de estudos, minha sanidade. Não quero ver mais essa gente feia, não quero ver esses ignorantes, queria viver num lugar de gente fina, elegante e sincera. Será que no Canadá as pessoas ouvem música de mal gosto no último volume e falam alto o dia inteiro?
Não consigo parar de pensar no Canadá... será que toda aquela perfeição que se promove é verdade?
Se pelo menos eu tivesse dinheiro para comprar um sítio bem isolado aqui mesmo...
No entanto, é duro largar tudo que construí aqui durante esses vinte anos. Os quadros na parede, cada livro na estante, esses bibelôs e lembrancinhas que recebi dos amigos. As árvores da minha rua, a Serra da Mantiqueira lá longe...
Então, as pessoas não poderiam simplesmente aprender a ser educadas? Ou, quem sabe, morrer?
Enquanto isso, estudo para o vestibular. Quem sabe noutra cidade próxima eu tenha mais sorte.
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